terça-feira, 7 de junho de 2011

Procuro um trabalho novo!

Procuro um trabalho novo que, em primeiro lugar, garanta as condições mínimas para a minha sobrevivência e de meus dois filhos. Para que possamos ter uma casa para morar, comida para se alimentar, roupa limpinha e cheirosa para se vestir, alguma forma de se locomover na cidade grande, um plano básico de saúde, momentos de lazer e prazer em família.
Procuro um trabalho novo que reconheça os meus anos de estudos e aperfeiçoamento em minha profissão, a minha força de vontade em passar num vestibular, os anos morando fora de casa para poder fazer a faculdade, o esforço de meus pais em me manter estudando, a experiência que acumulei ao longo desse ainda "curto" caminho profissional.
Procuro um trabalho novo que tenha recursos dignos para se trabalhar, onde o computador já tenha chegado e a internet seja de acesso de todos, que se economize e recicle folhas sulfites, que se preocupe com o desperdício e com o destino do lixo e que se possa tomar café e água sem ter que desembolsar do próprio salário.
Procuro um trabalho novo que me dê direito a uma refeição gratuita, pois de barriga vazia ninguém consegue trabalhar. Ou um vale alimentação que corresponda ao preço dos restaurantes locais!
Procuro um trabalho novo que seja limpo, sem pó para ser inalado a todo instante.
Procuro um trabalho novo onde eu possa usar o meu tom de voz natural e ouvir as pessoas falarem comigo uma de cada vez, sem broncas, gritarias ou ofensas.
Procuro um trabalho novo para poder viver com dignidade e possibilitar que meus filhos também vivam.
Procuro um trabalho novo que não seja parecido com o velho.
Procuro um trabalho novo.
Se você souber de alguma vaga, me avise!

Procuro um trabalho novo!

Procuro um trabalho novo que, em primeiro lugar, garanta as condições mínimas para a minha sobrevivência e de meus dois filhos. Para que possamos ter uma casa para morar, comida para se alimentar, roupa limpinha e cheirosa para se vestir, alguma forma de se locomover na cidade grande, um plano básico de saúde, momentos de lazer e prazer em família.
Procuro um trabalho novo que reconheça os meus anos de estudos e aperfeiçoamento em minha profissão, a minha força de vontade em passar num vestibular, os anos morando fora de casa para poder fazer a faculdade, o esforço de meus pais em me manter estudando, a experiência que acumulei ao longo desse ainda "curto" caminho profissional.
Procuro um trabalho novo que tenha recursos dignos para se trabalhar, onde o computador já tenha chegado e a internet seja de acesso de todos, que se economize e recicle folhas sulfites, que se preocupe com o desperdício e com o destino do lixo e que se possa tomar café e água sem ter que desembolsar do próprio salário.
Procuro um trabalho novo que me dê direito a uma refeição gratuita, pois de barriga vazia ninguém consegue trabalhar. Ou um vale alimentação que corresponda ao preço dos restaurantes locais!
Procuro um trabalho novo que seja limpo, sem pó para ser inalado a todo instante.
Procuro um trabalho novo onde eu possa usar o meu tom de voz natural e ouvir as pessoas falarem comigo uma de cada vez, sem broncas, gritarias ou ofensas.
Procuro um trabalho novo para poder viver com dignidade e possibilitar que meus filhos também vivam.
Procuro um trabalho novo que não seja parecido com o velho.
Procuro um trabalho novo.
Se você souber de alguma vaga, me avise!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Sobre a Arte de Contar histórias

Quando contar histórias é uma arte

O trabalho de mestrado parecia uma eternidade... um parto de outro filho. Mas trouxe infinitas recompensas para a minha trajetória como professora-pesquisadora-contadora.
É gratificante poder compartilhar essa pesquisa com quem se preocupa com uma educação pública de qualidade e voltada para valores éticos e estéticos.
Obrigada professoras que colaboraram! Obrigada professora Márcia que me orientou!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Da espera ao nascimento.

Gerar um filho é coisa mais incrível que pode acontecer com uma mulher. Acho que tudo que falo aqui muitas mulheres já passaram, ou quem ainda não passou, está cansada de ouvir as mesmas coisas... ainda mais que acabamos de passar pelo "dia comercial" das mães. Pois é, ser mãe é tudo isso mesmo que falam e mais um pouco. Esse "mais um pouco" é a singularidade de cada mulher ao ser mãe.

Sou mãe de dois meninos e em meu corpo não cabe tamanha alegria em estar com essas duas riquezas comigo.

Milagre.

Presença do divino.

Amor incondicional.

Alegria incalculável.




O corpo muda, as ideias, o sentido da vida ou a vida com verdadeiro sentido? Os filhos.

Eu tenho dois meninos!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ser mãe, ser professora... o que eu era mesmo?

Alimentar o blog já virou uma missão impossível, é que... Ser mãe, ser professora... o que eu era mesmo? Boa pergunta! Já nem posso me reconhecer mais no meu próprio corpo que agora pesa mais de 10 kilos que o normal, onde não controlo nem os movimentos dentro da minha própria barriga!
Dentro de mim habita uma outra vida que eu nem sei com quem se parece (Aí dele se parecer outra vez com o pai!). O que eu era mesmo?
Eu poderia ser uma garota dos seus vinte e poucos (bem poucos) anos, recém formada numa faculdade pública, descobrindo as amarguras e gostosuras de uma profissão ainda tão massacrada em nosso país: ser professora. Eu devia pensar no trabalho e nas crianças em meio período e no restante do tempo, fazer academia, pintar as unhas, fazer escova no cabelo, assistir novela, ler livros, dormir tarde e pensar nos alunos só em meio período. Porém, sendo professora ficaria um pouco apertado: eu teria que pensar nos alunos meio período e no almoço, fazer caminhada no quarterão de casa, unhas e cabelos na casa de uma amiga, livro só se for em sebo e dormir tarde, pensando nas economias para passar o mês. Essa é a vida de uma professora com seus vinte e poucos anos.
Mas, o que eu era mesmo?
Eu era menos preocupada, cantava no chuveiro, sempre repunha as cordas estouradas do meu violão, ouvia músicas em português, cantava tudo errado em inglês, via mais meus amigos, brigava com minha família, ia ao cinema, pulava corda, escrevia poesias, dormia de barriga pra baixo e não gostava de queijo com goiabada.
A vida tem umas coisas que só passando por ela toda para entender... Eu conheci um gaúcho no elevador do prédio onde morava, quando comecei a ser professora; desde então, mal sabia eu que passaria também a ser mãe. Poxa vida, além de tudo que eu já era, ser mãe?
Pois é, passei a ser bem preocupada, ainda canto no chuveiro, mas canto acompanhada de uma vozinha linda de um garotinho que me chama de "mama mamima". O violão não deu mais tempo... As músicas que escuto, na maior parte do dia, são as do programa de televisão Discovery Kids e em Inglês... o meu filho adora me ver cantando em inglês e nem sabe que está tudo errado! Vejo menos meus velhos amigos e hoje, tenho amigos mais velhos. Conversamos sobre os filhos, faxineiras, doenças de crianças, etc. Minha família é o bem mais precioso: brigo com meus pais para passarem mais tempo em casa curtindo o neto. Dormir de barriga pra baixo é impossivel quando se tem um Luquinhas no nono mês de gestação - dormir já virou algo impossível e tende a piorar!
E além de me preocupar com os filhos que tenho, penso 24 horas nos filhos que os pais me confiaram: meus alunos! Alfabetizar é uma tarefa... (não acho o adjetivo). É algo que depende de mim mas que está completamente dentro das crianças, ou seja, somos cumplices nesse processo e, misturados pelas descobertas, vamos aprendendo o caminho para chegar na escrita alfabética. É uma busca insana por caminhos... não temos um mapa pré-definido, apenas temos pistas. Esse caminho deve ser construído entre dois sujeitos concomitantemente: professor e aluno.Ou melhor, professor e alunos! Não é fácil... mas é de arrepiar quando você compreende qual é o caminho da criança e ela vai! Ela vai... sozinha nessa construção e nós, professores, assistimos na primeira cadeirinha da plateia esse caminhar. Não tem salário no mundo que pague esse espetáculo! Eu escolhi a profissão certa!
Eu era pra ser tudo isso mesmo: ser mãe, ser professora, ser mulher, esposa, filha, e tudo mais que couber em mim! Se é que ainda resta espaço dentro da minha pessoa, que anda, literalmente, "superlotada!". (E uma grávida poderia se sentir de outro jeito?).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A vida de um professor do Estado

Pode até parecer mentira, mas ando em crise com minha profissão... Não porque fiz a escolha errada, a faculdade errada, ou entrei para o cargo errado. Pior de tudo, desde que nasci eu sabia o que queria ser! Brinco que, quando minha mãe me pariu, alguém lá do céu gritou: "Lá vai mais uma professora!". Espero que essa voz tenha vindo mesmo do céu, pois saibam que ultimamente tenho tido uma relação INFERNAL com essa minha "bendita/maldita" escolha.
Também não é pelos alunos, porque posso jurar de pé junto, que eles sempre foram a minha maior alegria! Mesmo quando assistiam aula sentados dentro de uma latão de lixo, ou até quando me chamavam de "fia" (O que é que você quer, fia?, dizia um garoto da 4ª série quando estava muito bravo com a vida e o mundo), ou quando me chutavam nos momentos de apartar homéricas brigas! São crianças! Resolviam seus problemas, buscavam respostas para suas questões mais enlouquecedoras e, ao final do ano, sempre chorávamos por saudades daqueles 200 dias letivos que vivemos com tanta intensidade. Sim eu sei, gosto de ser professora pelas crianças e por todas as aprendizagens que alcançamos durante um ano juntos. Gosto porque não nos esquecemos nunca - ainda recebo mensagens de alunos no orkut e respondo a todas com sinceras saudades.
Acho que minha gigantesca indignação é com os adultos que pensam que cuidam de nós, professores. Cuidam nada, eles nos massacram com esses números ridículos em nossos holerites ao final de cada suado mês de trabalho.
Quem gasta 50 reais no mês para se locomover até trabalho? Divida esse valor pelos dias úteis ida e volta? Qual é a cidade do Estado de São Paulo que eles se baseiam para pagar esse valor aos professores? Nem de charrete acho que seria possível... E quem gasta menos de 80 reais no mês para comprar comida no supermercado? Professor, lógico! Nós vivemos de utopia e não de arroz e feijão. Acho que eles pensam assim.
Fiquei sabendo que nosso atual (e já tão antigo) governador adora comer doces, que sempre tem guloseimas em seu gabinete. Bom, podíamos fazer a seguinte experiência: "Sr. Alckmin, o senhor ganharia apenas em um mês nosso salário de professor. Quanto será que sobraria para seu delicioso passatempo? Provavelmente ficaria - e olhe lá - com um saco de açúcar para adoçar os seus dias.
E às vezes me pergunto: por que PEB I ganha menos que PEB II? O que é que eles fizeram, ou fazem, mais que a gente? Deve ser por base na idade dos alunos, quanto mais velho, maior fica a merreca do salário. É, se fosse assim, professor que dá aula na EJA ganharia um salário decente!
Aos futuros professores, um conselho: chega uma hora que não dá para viver só de ideologia. Para melhorar a qualidade da educação pública do nosso país, nossa ação precisa extrapolar a sala de aula.
É que não somos só professores, somos pais e mães, maridos e esposas, homens e mulheres que precisam viver a vida com a mesma dignidade que os engenheiros, médicos, empresários, jornalistas, deputados, senadores, etc.
Talvez eu não consiga desistir nunca dessa profissão que escolhi... Deve ser como aquelas doenças que ainda não existe cura, que a ciência não consegue explicar, que só o tempo pode ajudar. Mas que esse tempo não tarde a chegar, concorda?