sábado, 18 de janeiro de 2014

Você vai levar essa bebê para o frio??? (Parte II)

Se levar uma criança que completaria 1 ano para a Europa, no inverno, era um ato de extrema loucura, me diga: como fazem as mães londrinas com seus bebês? Levam-os para outros países na estação fria? Deixam de sair de casa para ficar trancadas com seus filhos, esperando o frio passar e a estação mudar? De fato, NÃO!
 
O que mais vi em Londres foram mães e bebês passeando em seus carrinhos, lotando pontos turísticos, brincando nos parques, comendo nos restaurantes, tomando aquela chuva fininha que caia durante o dia (e a noite também). Era animador! Eu espiava dentro de todos os carrinhos que passavam por nós e tinha de tudo: mini-bebês enterrados em cobertores, bebês-ursos protegidos com toucas que nem dava para ver o rostos, crianças plastificadas em carrinhos de todos os modelos e tamanhos.
Na Hyde Park corner (Londres), a quantidade de crianças esperando o sinal abrir para atravessar a rua

Crianças passeando na chuva na Regent Street - Londres
 
Lá não dá para ter medo de frio. A maioria dos locais estão preparados para receber as mães e seus filhos pequenos. Tem banheiro família nos museus, aeroporto ou pequenos shoppings; você entra com o carrinho, troca a criança e pode fazer xixi tudo no mesmo banheiro! As calçadas são ótimas para andar com os carrinhos e podemos encontrar facilmente acesso por elevadores que funcionam.
Nas filas você nem precisa perguntar "Tem atendimento preferencial?!", porque é só aparecer com o bebê que logo alguém te passa para outra entrada.
 
Helena passeando no Museu de História Natural (Londres).
A Helena teve dificuldade para comer comida... não quis experimentar as deliciosas sopas servidas como entradas nos restaurantes. Preferiu comer frutas e as papinhas industrializadas, que podemos encontrar de várias marcas, sabores, preços, quantidade, fases... diferente daqui que só temos uma única marca! As frutas eram sempre as mesmas: banana e maçã. O mamão papaia, que ela adora, ficou difícil de encontrar. Em Paris, achamos em uma banquinha e custava uma fortuna: 15 reais cada um!!! E quando demos o mamão para ela no hotel, uma das funcionárias ficou muito curiosa ao ver essa nossa deliciosa fruta e até me pediu para experimentar. Mamão que vale ouro!!!
 
No Hyde Park (Londres).
O frio, a chuva, a falta das comidinhas rotineiras... nada é empecilho! Viajar com os filhos é trabalhoso, não vou esconder, mas é também muito prazeroso e divertido. O fato de termos levado apenas um dos nossos filhos, amenizou a saudade que sentíamos dos outros dois que ficaram. Estar só nós dois (marido e mulher), talvez, deixaria a viagem vazia e estranha... somos inteiros quando somos cinco!!! Ao contrário do que é dito por aí, é possível sim se divertir com as crianças, aproveitar uma viagem, sair no frio e na chuva. E voltamos todos sãos e salvos, com a bagagem lotada de histórias inesquecíveis para contar.
 
 

 

 
 

sábado, 11 de janeiro de 2014

Você vai levar essa bebê para o frio??? (Parte I)

Nós, brasileiros, em geral, temos medo do frio. Talvez apenas os gaúchos não sintam essa insegurança quando o assunto é baixa temperatura! Se cai uma chuvinha ou se uma leve frente fria se aproxima, já estamos todos de casaco, botas, cachecol no pescoço... e os termômetros só marcam 16ºC. É ou não é? Frio com criança pequena então? Meu Deus! É "judiação"!!!! O bebê nasce em pleno verão e as mães os vestem com roupas de lã na maternidade. Isso eu presenciei quando tive a minha última filha num mês dezembro. O pediatra sempre dizia: o bebê sente o mesmo frio ou calor que você (mãe) sente!
 
Nós decidimos fazer uma viagem, em pleno mês de dezembro, para a Europa. Não foi uma decisão tomada do dia para a noite, claro, mas uma oportunidade que surgiu e que não poderia ser negada. A saída? Deixar os meninos na casa da vó e levar a pequena bebê junto. Como assim? No frio? Pra fazer o quê? Ela faria aniversário de 1 aninho. Não dava para deixar todos os filhos com a minha mãe, concorda?
 
Depois de tomar essa decisão, busquei algumas informações sobre como é o frio em Londres e Paris, pois eu também nunca havia viajado para fora do país. Encontrei alguns blogs que indicavam lojas de roupas para frio intenso, que aconselhavam comprar e comprar coisas: creme para o rosto, segunda pele número 90, meias de lã, botas forradas, etc etc. Com essas informações já tinha a certeza que eu e minha pequena filha morreríamos de frio! Sem contar o preço disso tudo: uma fortuna!
 
E mesmo assim, você vai levar essa bebê para o frio? Claro, vai passar os 10 dias de viagem presa no hotel? Muita gente pensava isso... e eu, lá no fundo, passei a pensar também. Primeiro achei que não sobreviveríamos ao voo: 11 horas de aperto no avião. Eu enfartaria com certeza! Morro de medo! A bebê tomou um dramim e dormiu a noite inteirinha, onze horas de sono profundo. Eu oscilei entre um cochilo e um susto com as turbulências: teve uma que acreditei "chegou a minha hora, só que puxa... tão perto de chegar". Até me agarrei no passageiro que sentava ao meu lado. "Minha nossa Senhora!", apertei o braço do meu marido e desse cara que estava na mesma fileira que a gente. A bebê? Nem acordou! Santo dramim!
 
Inacreditável, mas eu cheguei viva na Inglaterra! E todos lá falam inglês! Igualzinho a gravação das aulas de inglês que eu fazia no CEL da Unicamp!!! Parece que estão bravos, com uma entonação de guerra! Eu estava num filme sem legenda... não falo nada, mas entendo as intenções. Inacreditável! Nos trocamos no banheiro do aeroporto, pois saímos desse país que parece um caldeirão e fomos parar num lugar gelado e todos diziam que morreríamos de frio. A pequena Helena nem se mexia de tanta roupa e eu, suava... Uma mistura de nervoso, ansiedade, alegria e o aquecedor do aeroporto!
 
Só eram 16 horas e lá já estava noite velha. O metrô lotado. Eu com um bebê num carrinho e uma mala enorme dependurada. Meu marido com duas malas de puxar. Sem lugar para sentar. A Helena ria e fazia amizade com as pessoas. As pessoas começaram a falar comigo e eu não entendia nada. Acho que queriam me dar lugar, acomodar nossa bagagem, falar que somos loucos de viajar com um bebê e que o frio lá fora estava insuportável. Sei lá!
Ao descer na estação, avistamos muitas escadas. E agora? Nada de elevador? E o carrinho? As malas? Juro que não deu nem tempo de pensar essas coisas que já apareceu muita gente para nos ajudar. Incrível: você para em frente a escada e alguém já engata no seu carrinho ou pega a sua mala para te dar uma força. Thank you! Ah, isso eu sabia falar!
 
Londres nos recebeu de braços abertos! E eu, virei fã número 1 logo de cara, dessa cidade tão gentil.
 
E o frio? Juro, não há nada pior que o frio que faz em Alegrete - RS (Brasil)!!! Aquele era apenas um frio gostoso de uma blusa e um casaco. De botas normais, até sem cachecol, às vezes. Mas sobre esse assunto, volto a falar na próxima postagem!
 
Boa viagem!