sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Presente do futuro: às vesperas de um Natal da professora

Todo mundo tem momentos de decepção com a profissão escolhida. Pode ser que os professores tenham mais desses momentos, por todas as amarguras da nossa classe.
Tem manhãs que eu penso em largar tudo, abrir um negócio com flores artificiais e virar empresária. Só que esse pensamento dura pouco... logo já estou bolando planos pedagógicos, pensando nas crianças, lendo algo que me ajude em algum desafio de sala de aula.
Tem manhãs que algo inesperado acontece.
Um presente do passado enviado no futuro? Só acontece nessa profissão que escolhi.
Essa manhã recebi essa mensagem:

"Agora sim.. Td bem.. Td voltou ao normal(se é que se existe algo normal nessa vida, assim como o comum)
" Se estou começando desta maneira a minha história sobre Mika, é porque foi ele que me ensinou que nada é comum. Às vezes as pessoas dizem que tiveram "um dia comum". Isso me deixa meio aborrecido, porque não existem dois dias iguais. E nós também não fazemos ideia de quantos dias de vida ainda...
temos pela frente.
Talvez pior ainda do que falar numa galinha "comum" ou num dia "comum" seja falar num menino "comum", ou numa menina "bem comum". É o tipo da coisa que a gente diz quando não quer se dar ao trabalho de conhecer melhor as pessoas"
(Gaarden, Jostein Ei! Tem alguém aí?)

Minha linda, professora querida, está sempre no meu coração, nunca vou me esquecer ta? Das horas de leitura, A bolsa amarela, vários de Lygia Bojunga.... Ou até mesmo esse de Jostein Gaarden, que até hoje me vejo lendo ele... Obrigado por me trazer a este mundo da leitura, por me ajudar no meu crescimento... Obrigado por tudo.....
Lívia"
 
Como não se emocionar?
Um filme de 2008 passou pela minha cabeça: a Escola Sérgio Porto, a turma da 4ª série, nossas tardes intensas... quantas histórias, canções, cantorias, lição, lousa, giz, pó, rinite alérgica, aulas no pátio, abraços, sorrisos, broncas... Turma inesquecível! Hoje eles estão concluindo o Ensino Fundamental e embarcando para o Ensino Médio. Um presente do passado para o meu futuro.
Não existem dias comuns na nossa profissão, não existem alunos comuns, professores comuns, escolas comuns... são os olhos daquele que enxerga.  É o tipo da coisa que a gente diz quando não quer se dar ao trabalho de conhecer melhor as pessoas". E ultimamente, as pessoas não querem mais ter esse tipo de trabalho. Julgam, simplesmente!
Mas as crianças não! Convivemos intensamente em sala de aula durante 200 dias letivos, tempo suficiente para nos darmos esse delicioso trabalho, de saber quem realmente somos naquele grupo, naquele espaço escolar repleto de vida. Vida de relações humanas que se entrelaçam "de presente" no passado para o futuro.
Obrigada a todos meus alunos que passaram, de presente, pela minha vida!
Por terem se dado ao trabalho de me conhecerem como realmente sou.
Por me aceitarem e por me constituírem como professora-pessoa.
Por me ensinarem que, nesta vida-profissão que escolhi, nada é NORMAL...

 
 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

DA ESCOLA DO SÍTIO PARA A SIBÉRIA: uma viagem através da leitura e da pesquisa.


                Eu acredito que a aprendizagem não se dá só e, simplesmente, ao ouvir as experiências ou a “sabedoria” dos mais velhos, neste caso, o professor. Nos dias de hoje, as crianças trazem vivências que muitas vezes eu, adulta, não tive. São outros tempos, novas tecnologias, outras formas de ser e de viver.
                Na escola a prioridade é ouvir as crianças. Suas falas nos dão pistas dos caminhos que percorrem para aprender, de como estão construindo seu pensamento e as dúvidas que querem perseguir, os mistérios que querem desvendar.
                Foi assim que a viagem para a Sibéria começou, graças a essa “presença pedagógica” da professora-auxiliar Flávia, que numa roda de leitores, percebeu que a turma do 4º ano se interessava em saber mais sobre essa região desconhecida. Em roda, enquanto as crianças comentavam suas leituras da semana (livros escolhidos na biblioteca) e liam os trechos que acharam mais interessantes, uma aluna falou de um curioso animal (criceto anão) da Sibéria. Em seguida, o colega questionou: “onde fica a Sibéria?”. Engraçado: eles não quiseram saber mais sobre o bicho e sim, sobre o lugar de onde ele vinha.

                E como uma leitura leva a outra, uma das crianças estava com o livro “Volta ao mundo em 80 páginas”, o qual trazia um trecho sobre o tamanho da Sibéria, fato que iluminou ainda mais os pequenos olhos dessa turma do 4º ano.
                Para responder a essa e outras perguntas que surgiram, em grupos organizados, foram pesquisar na Internet informações sobre a Sibéria. Enquanto uns pesquisavam sobre a localização, outros procuravam sobre o seu tamanho, suas cidades e até mesmo sobre o animal de destaque dessa região.
                Os grupos escolheram os sites que acharam mais interessantes, anotaram algumas informações relevantes e selecionaram imagens da Sibéria. Mas como fazer essas informações se tornarem conhecimento significativo? Hoje, o que mais encontramos são informações de todos os tipos e procedências. Ler, escolher, aprofundar, duvidar... são habilidades que precisamos ajudar as nossas crianças de hoje, a desenvolver. Foi o que percebi nesse primeiro movimento da pesquisa sobre a Sibéria.
                A turma apresentou o trabalho na roda da conversa do outro dia, no qual eu já estava presente, pois estava afastada da escola por motivo de saúde. Eles liam as informações que estavam anotadas no caderno e pouca coisa fazia sentido quando falavam. Havia termos desconhecidos, palavras estranhas e coisas que falavam mas não sabiam o que era. Como transformar tudo isso em aprendizagem?
                Voltamos à Internet e aprofundamos nossos estudos. Questionamos algumas informações, conflitamos as fontes, comparamos a representação dos mapas. Saímos do superficial e tentamos ir costurando significados às palavras. Montamos um “Jornal-Mural”, pois o grupo decidiu compartilhar a pesquisa com outras turmas da escola e esse material seria carregado para as salas a cada apresentação.
                Quando digo que “pesquisamos” é porque eu também me incluo como aprendiz: eu não sabia nada sobre a Sibéria. Uma cidade? Um país? Um Estado? Não, a Sibéria é uma região da Rússia e ocupa 58% da sua vasta proporção. Lá na Sibéria fica a cidade mais fria do mundo: Yakutsk, com temperatura média de 50 graus Celsius negativos. É de dar frio só de saber!!!! Sair do lugar daquele que ensina para o lugar daquele que também aprende, é um movimento desafiador e acabamos nos tornando companheiros das crianças nesse processo de aprendizagem.
                Pensar na construção de um mural com as informações da pesquisa serviu para refletirem sobre a importância visual e didática desse material. Não basta colar folhas cheias de palavras soltas, é preciso organizar o assunto, escolher imagens que complementem o tema tratado. Eles iriam apresentar para crianças menores e estas precisavam de outras referências para entender que lugar é esse de onde falávamos.
                Duas alunas ficaram responsáveis em escrever o convite que seria entregue para as turmas, e uma delas (que acaba de chegar a fase final da alfabetização) ficou responsável em organizar a agenda com os dias e os horários para as apresentações. Tarefa importante que encheu de orgulho a aluna, a qual escreveu tudo com muito cuidado para não esquecermos de nada. Escrita significativa! 
                É uma característica forte dessa turma do 4º ano (e tenho percebido que das crianças em geral) não conseguir estender a atenção por muito tempo em uma única tarefa. “Vamos terminar rápido para fazer outra coisa”, esse é o lema. As coisas acabam perdendo a graça muito rápido, elas começam a dispersar e a fazer de qualquer jeito. Por hoje, é hora de parar.
                No dia seguinte já tínhamos muitas apresentações, então as crianças teriam pouco tempo para ensaiar. Os grupos se reuniram, dividiram suas partes e pensaram numa sequência para as falas. Discutimos essas ideias no grande grupo e definimos como seria a apresentação. Cada um ensaiou a sua fala e conversamos sobre a melhor forma de falar aquilo que estava escrito, um jeito que não ficasse chato de ouvir, que despertasse o interesse das outras turmas. Era importante pensar que aquele mural escrito seria um apoio para a fala! Algumas crianças conseguem fazer esse movimento com tranquilidade, já outras, se sentem envergonhadas e acabam lendo. 
                   E lá vamos nós! De sala em sala, de apresentação em apresentação, aquele conhecimento ia incorporando nos alunos que, na última sala, já falavam com segurança e propriedade. Pois é... foi assim que todas as informações antes desconhecidas e estranhas, foram “impressas” em cada criança da turma, com sentido e significado. Compartilhar aquilo que aprendemos, faz com que aprendamos ainda mais aquilo que achamos estar ensinando.
Apresentação na sala do 6º ano. Contamos com a preciosa ajuda da Profa. Ludmila de Geografia.

Na turma do 1º ano, tiveram que pensar um jeito diferente de apresentar para os menores.


                Mas a viagem ainda não termina por aqui. O processo de leitura para estudar algum assunto, nos leva a escrever como esse assunto ressoou dentro de nós, ou seja, como reconstruímos o conhecimento.
                A proposta seguinte seria escrever um texto contendo as informações do “Jornal-mural”, que pudesse ficar afixado nas salas onde fizemos as apresentações. Dessa forma, as turmas poderiam recorrer a esse material para consultar ou saber mais sobre a Sibéria.
 
 

                Em duplas, por agrupamentos produtivos, as crianças escreveram seus textos colocando um pouco de si no conhecimento construído sobre a Sibéria. Confrontaram ideias, saberes sobre a organização textual e sobre a escrita correta das palavras. Escreveram revisando, revisaram escrevendo o próprio texto ou quando a escrita era do colega. Consultaram o mural, retomaram informações, personalizaram os textos dando marcas de um estilo pessoal, colocando em jogo o repertório que possuem sobre os textos informativos. Recursos como “você sabia?”, “já imaginou?” e outras perguntas para atrair o leitor, também foram feitas.
                Agora, era só revisar e digitar. Mas só? Não! Mais um longo trabalho. Revisão é aprendizagem! Não é obrigação só do professor!!! As crianças precisam aprender a revisar o próprio texto ou o texto dos colegas. É preciso dar suporte para que isso aconteça: listar, problematizar, explicitar, mudar, apagar, reescrever. Para isso, fizemos uma pauta de revisão coletiva: na lousa, eu anotava o que a turma achava importante ter no texto. Pontuação, escrita correta das palavras, organização do texto e das ideias, título etc. 
                As duplas receberam um papel de revisão para ser preenchido e trocaram os textos. Debruçaram-se com atenção nas produções dos colegas procurando pontos positivos e coisas para melhorar. Depois preencheram o papel com dicas, palavras certas e erradas, elogios entre outras coisas. Foi muito interessante ver o movimento das duplas durante a revisão: no começo dizem não entender a letra do amigo, mas entendem. Depois acham tudo ótimo e perfeito e nós, professores, enchemos de perguntas para fazer com que vejam o não visto. Aí percebem! Conseguem enxergar no texto do outro, aquilo que fazem na própria escrita. E outra habilidade infantil que me encanta, é a aceitação dessa revisão dos colegas e o respeito por aquilo que ele assinalou como “ah, você deve melhorar!”.
                Destrocaram as produções, leram as observações dos colegas e revisaram aquilo que precisava ser trocado ou melhorado. Hora de passar a limpo no computador! Essa parte a turma gosta demais. O computador nesse momento final da revisão é um ótimo instrumento, pois as crianças colocam em jogo o que sabem sobre a escrita de algumas palavras, que passaram despercebidas quando estavam no papel. Nesse momento do trabalho, também tiveram que pensar na organização desse texto digitado e no tamanho da letra, pois ficará afixado na parede.
 
                Material impresso. Agora é só distribuir para as turmas da escola!
                Próximo passo será fazer uma roda para avaliarmos o trabalho que desenvolveram. O que sabíamos sobre a Sibéria antes desse estudo? O que aprendemos? Como aprendemos? Qual momento foi mais importante para o trabalho?
                E assim termina a viagem, quero dizer, essa viagem!
A turma do 4º ano, com seus textos finais, antes de distribuir para as outras salas.

 
Bibliografia

LERNER, Délia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre, Artmed, 2002.

MASON, Antony. Volta ao mundo em 80 páginas. São Paulo: Callis, 2006.

MORAIS, Artur G. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 2009.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Muito prazer: meu nome é "pré-silábico"

Esse texto eu escrevi no final do ano de 2009, quando ainda trabalhava na rede estadual de ensino. Eu era Professora Coordenadora da Oficina Pedagógica da Diretoria Campinas Leste, e trabalhava com formação de professores-coordenadores, acompanhando algumas escolas, fazendo visitas, entre outras funções.
Em uma das nossas visitas nas salas de PIC (Projeto Intensivo de Ciclo - que tem como objetivo "recuperar" crianças que tiveram dificuldades na alfabetização durante o Ciclo I), eu e minha companheira de luta, Angélica Ancona, estivemos numa sala onde essa situação realmente aconteceu.
Tentei escrever o texto na perspectiva da criança...

Por que publicar só agora? Eu nem tinha mais esse arquivo! Mas uma amiga me contou ontem, que estava numa formação de professores em uma cidade vizinha e a formadora leu o meu texto. Caramba! Fiquei surpresa!! E é bem o que meu marido disse: "Agora o texto não é mais seu, é do mundo".
Então, seja bem vindo ao mundo! Lá vai...


Muito prazer: meu nome é “pré-silábico”

                “Esse menino aqui é o pré-silábico”. Foi assim que a minha professora me apresentou para duas mulheres que apareceram na nossa classe hoje. Não sei se a minha professora já esqueceu o meu nome pois, sempre que entra visita na sala, é dessa forma que ela me chama. Eu também, não tenho ideia do que esse nome significa, mas sei que não é coisa boa. Pode ser um palavrão? Talvez... só sei que depois que me deram esse outro nome, não consigo escrever mais nenhuma palavra sem chorar depois.

                A cada letra um choro mansinho... e como a tristeza de ter que mudar de nome é grande, vou colocando um tanto de letras sem medida, sem pensar em nada. Vou emendando com o choro que não consegue ser controlado.

                A professora diz que não tem mais jeito. Acho que porque sou criança, pobre e ainda por cima “pretinho”. Ela até mandou eu fazer uns exames na doutora. A doutora mandou um papel, que a professora mostrou para essas mulheres que entraram na minha sala de aula hoje. Não sei o que tem escrito nesse papel, talvez além de ser tudo isso que acabei de falar, a professora ache que eu tenho alguma doença, que não me deixa escrever as letras direito. Deve ser o nome da doença: “pré-silábica”. Pronto, agora sou uma criança, pobre, pretinha, doente e pré-silábica.

                Essas mulheres, que vieram visitar a nossa sala hoje, disseram ser “professoras de ensino”. Um colega perguntou para que série davam aula, mas elas disseram que não tem classe e que trabalham numa tal diretoria... como assim professora sem aluno? Que confusão, mas nem vou tentar entender.

                Depois que a professora conversou um monte com essas mulheres, uma delas me chamou. Fiquei com medo: o que ela faria comigo? Seria algum exame? Me mandaria escrever? Ah, não! Não conseguiria segurar o choro que vem junto com as letras.

                Era uma folha de papel verde grande e ali caberia um monte de letras e um tanto de choro. Mas, aquela mulher conversou baixinho comigo, se interessou pelas coisas que eu gosto de fazer. Pela primeira vez senti vontade de escrever! A minha professora ficava, às vezes, por perto e eu sentia um frio que subia debaixo da carteira... Quando a professora ficava longe esse frio passava, e um calorzinho esquentava minha mão e meus pensamentos.

                Eu tinha que escrever uma lista das minhas brincadeiras preferidas. Ah, isso era bem fácil. Coloquei a primeira letra. O choro não veio. Escrevi a segunda e nada de choro outra vez. Acho que estou ficando bom. A cada letra que eu escrevia, aquela mulher me encorajava a colocar a próxima e eu, pela primeira vez, consegui ouvir o som das letras, pude ouvir o som da minha própria voz dizendo baixinho que letra eu deveria colocar.

                A professora veio voltando e falando com aquele vozeirão um monte de “MA, M A, MA, M M M AAAA”. Que boca enorme ela tem. Meu pensamento ficou confuso, eu já não podia mais ouvir a minha voz. Aquela mulher que estava comigo pediu que a professora não falasse mais e que nos deixasse fazer sozinhos. A professora saiu e voltei a ouvir a minha própria voz.

                Escrevi as brincadeiras preferidas, e li toda a lista para a mulher do papel grande e verde. Ela me beijou e ficou feliz ao ver minhas palavras escritas. E, eu ouvi bem ela dizer para professora, que não sou nada desse tal de pré-silábico. Será que eu me curei da doença daquele papel da doutora?

                Fui para a minha carteira. E agora? Se eu não sou mais quem eu sou, e nem mesmo esse negócio de pré-silábico – esse nome novo que a professora me deu – quem eu sou? O choro voltou outra vez, agora sem letras. Porém, aquela mulher veio outra vez e disse para eu não chorar, que eu era um menino muito sabido.

                Elas já estavam indo embora, quando lançaram um desafio para o meu amigo: escrever a palavra “apontador” na lousa. Eu sento na primeira carteira, bem pertinho da lousa e acompanhei tudo atentamente. A mulher pediu para o colega escrever apontador e ele escreveu de giz branco “atado”. A menina mais inteligente da sala não aceitou a escrita dele e foi na lousa arrumar as letras e ficou assim: “apãontador”. A turma vibrou e disse que estava certo (claro, a professora adora aquela menina!), mas as mulheres continuavam a perguntar, tinha alguma coisa errada. Eu fiquei bem atento ao que elas falavam, e percebi que tinha letra trocada ali. Tomei coragem, pedi o giz... a professora me olhou torto. Eu continuei mesmo assim! Apaguei com a mão a letra “a” e a letra “o”. As mulheres vibravam e falavam “vai, vai”. Meus colegas duvidavam de mim “vai errar, vai errar” e a minha professora olhava espantada. Depois de apagar as letras, escrevi bem bonito só a letra “o” e ficou assim: APONTADOR. Foi a maior alegria! O calor tomou conta de todo meu corpo e a mulher me abraçou.

                Voltei para a minha primeira carteira e ouvi minha professora dizer para a menina mais inteligente: “Nossa, você me decepcionou”. Engraçado, a professora não falou nada para mim! Mesmo assim não deixei de ficar feliz!

Lívia Pinheiro

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Boliche da tabuada - No 4º do Sítio!

É bom estar em um espaço escolar que potencializa nossas boas ideias pedagógicas! A Escola do Sítio é assim: um lugar onde o sonhado sempre tem espaço para se realizar.

Hoje, na minha turma do 4º ano, fizemos o Boliche da Tabuada - nome escolhido pela própria turma.
Estamos encontrando estratégias para memorizar a tabuada e, dessa forma, facilitar nosso trabalho com as continhas de multiplicação. Mas há diversas maneiras de "decorar" a tabuada: exaustivamente, repetindo e repetindo. Ou pensando sobre ela, criando outros caminhos que facilitem a resolução rápida, ou brincando! Esse está sendo nosso caminho!
Propus um jogo com boliche e a turma foi aperfeiçoando as regras conforme o nosso perfil e possibilidades.
1º passo: uma roda para conversar sobre as nossas ideias.
2º passo: levantar, oralmente, as regras para nossa brincadeira.
3º passo: sortear as duas equipes.
4º passo: ir para o espaço externo da escola e JOGAR!

O jogo é assim: duas equipes ficam em fila, lado a lado. Logo em frente, 10 passos de distância, estão os 10 pinos do boliche. Ao lado deles, ficarão um representante da cada equipe, que irão resolver as multiplicações. Um juiz ficará ao lado deles para saber quem respondeu mais rápido e validar o resultado.Os dois primeiros membros da fila tiram par ou ímpar que decidirá quem começa a atirar a bola. Quem ganha, tem 3 chances para acertar os pinos. Se errar, passa a vez para a outra equipe.
Comece a partida, mas antes defina qual tabuada será, ou seja, que valor terá cada pino: 2,3,4...
Quando o atirador acertar, os representantes devem contar os pinos que caíram e fazer a multiplicação. Quem responder primeiro e corretamente, marca o ponto de acordo com o valor. Por exemplo: caíram 3 pinos e cada um valia 2. A equipe responde 6, e então, marca 6 pontos.

Há muitos conhecimentos em jogo enquanto as crianças brincam desse jogo. Se esforçam em acertar os pinos equilibrando a força e pensando na direção. Quando resolvem as multiplicações, criam estratégias para pensar rápido: uns contam os pinos que caíram, somam nos dedos etc. Outros contam os pinos que ficaram em pé, subtraem por 10 e fazem a multiplicação.
A marcação de pontos também pode variar: quadradinhos de 5,em forma das multiplicações, pelos resultados etc.

Depois do jogo, a turma registrou os resultados no caderno e voltamos para a sala. Lá, escrevemos as regras do nosso jogo, para poder compartilhar com outras pessoas. Mas antes, pensamos: que tipo de texto é esse das regras? Tem um jeito próprio de se escrever? Sim! Pegamos uma regra de um jogo da sala, lemos, comparamos e fomos compondo o nosso próprio texto. Depois colamos as fotos e fizemos as legendas.

A turma está animada com a brincadeira e se sentem motivados a estudar mais a tabuada!



domingo, 1 de janeiro de 2012

Um ano do Blog, um novo ano para o Blog: prometo!

2011 foi um bom ano. De tão bom, nem sobrou muito tempo para manter o Blog atualizado, escrever mais histórias sobre a escola, sobre os meninos... Desejo para 2012 um ano de mais tempo para escrever, registrar, compartilhar, pensar e repensar! É bom, depois, poder lembrar!
Feliz 2012!
Novos desafios e prósperos dias para todos nós!!!!