sábado, 10 de agosto de 2013

PASSEIO RELÂMPAGO NUMA CADEIRA DE RODAS

Se você precisa ir ao shopping para resolver alguma coisa rapidamente, você chega no estacionamento, encontra um lugar para colocar seu carro, entra no shopping, resolve seu problema e, se der tempo, ainda passa numa fila de fast food e já come um lanchinho. Simplesmente simples! Sinto saudades de quando a vida era assim...
 
Resolvemos ir ao shopping em plena véspera de dia dos pais. Tudo bem, já estamos craques em fazer esse tipo de programa com as 3 crianças pequenas, mas havia algo que mudaria a eficiência da nossa equipe. Nesta semana estamos desfalcados: João, o mais velho, está com o pé engessado. O papel dele nos encaminhamentos da família são essenciais: atender o telefone, pegar brinquedos para o Lucas, olhar a irmãzinha em cima da cama, etc. O menino passou todos esses dias sentado no sofá e muitas vezes chegamos a chamar a sua atenção: "Vamos João!" (Como dizemos sempre!), só que o menino não podia sair do lugar!!!
 
Sem contar o dia que eu o levei para o hospital para engessar o pé: não tinha como deixar o carro no estacionamento e levá-lo até a recepção. Deixei meu filho sentado na porta do hospital com uma pessoa desconhecida e saí à procura de uma vaga para parar. Mas, antes de ir, gritei: Filho, não saia daí! As pessoas que estavam perto riram e eu me dei conta do tamanho da bobagem que falei. Ele não sairia nunca dali com aquele pé machucado!
 
Voltemos ao shopping e à véspera do dia dos pais...
Logo no estacionamento pensamos: não daria para parar. Teríamos que ficar na porta de entrada, descarregar a trupe do carro, sentar num banco e esperar o papai voltar. Até aí, tudo certo pra gente. Só as pessoas que ficaram paradas olhando: primeiro desce o menino carregado e engessado; depois desce uma bebê e é colocada num carrinho; em seguida, outro menino pequeno que sai fugindo dos pais. Tudo certo por enquanto...
 
Ainda bem que a loja era bem perto da entrada, mas... e como faríamos para tomar um lanchinho? Vamos emprestar uma cadeira de rodas para o João! Só que a dita cuja ficava láááááááá do outro lado do shopping. Ok, você fica com o engessado e a bebê, que eu fico com o fugitivo mirim. Legal!
 
E fomos nós dois: eu e meu filho do meio, Lucas, rumo ao outro extremo do lugar, emprestar uma cadeira para o João poder se locomover no shopping. Quando já estávamos com a cadeira, recebi uma ligação avisando que o presente que eu encomendara para o dia dos pais estava em frente à minha casa, e que eu precisava estar lá para pegá-lo. Como assim? E o shopping? A cadeira? As crianças? Sentei o menino naquele treco e saí em disparada ao encontro do resto da família. Eu e o Luquinhas corríamos muito e, o shopping já LOTADO, abria caminho para passarmos. Por que eu corria? Também não sei... Ultimamente, vivo nessa pilha constante, nessa liberação de adrenalina incontrolável e corro sem motivo porque não sei mais viver de outra forma.
 
E por estar correndo tanto,  ao chegar à porta da loja onde estava meu marido e meus outros filhos, não consegui fazer a curva com aquela cadeira de rodas e bati naquele enorme vidro. PUM!!! Claro que o Lucas voou para fora da cadeira e bateu com a testa na porta. Meu Deus, meu filho!!! O meu marido correu para acudir a criatura pequena que abriu a boca para chorar. Nem deu tempo de olhar para as pessoas da loja, dessa forma não enxerguei nenhum olhar repressor.
 
Continuei a correr, agora sozinha, quem sabe daria tempo de sair com o carro sem pagar o estacionamento. Eu tinha a certeza que nem havia passado 10 minutos nessa história toda. Corri para o carro, corri com o carro e cheguei na catraca de saída. "Insira seu cartão de estacionamento", está aqui, calma! Inseri e... "Seu cartão não foi pago!". Ah, vá para o inferno!!!
 
Voltei para a loja e peguei minha família toda que, a essa altura do campeonato, já tinha duas crianças com a fralda cheia de cocô. Vamos, vamos, todos para o carro. E A CADEIRA DE RODAS? Não! Não! Não! Eu não iria até láááááááá só para devolver essa porcaria. Pedi para a mulher da casa de empadas, ela não aceitou dizer nada para os seguranças. Deixei a bendita de rodas num canto perto da porta com o papel onde havia o registro de TODOS OS MEUS DADOS PESSOAIS. Agora já era!
 
E volta a turma para o carro: primeiro o menino que costuma fugir, depois a menina bebê e, em seguida, o garoto do pé engessado. Ah, não esqueça do carrinho e do pagamento do cartão de estacionamento.
"O shopping agradece a sua visita!", disse a gentil moça da catraca!
 

4 comentários:

  1. Nossa, que aventura!
    Só uma curiosidade, como vc acomoda os três no carro? Por quais cadeirinhas vc optou? Precisou adaptar o carro? Tenho um GOL quatro portas e estou esperando o terceiro, tenho um menino de 4 anos, uma menina de 1 ano e meio e espero outro menino...
    Bjs

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    1. Oi Ana Paula, nós tivemos que comprar um novo carro! As cadeiras não cabiam... nem as malas, carrinho, etc. Dureza! Mas não teve outra opção.
      Puxa, a sua situação é mesma que a nossa.
      Parabéns pela família!
      Beijos

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    2. Trocamos de carro no final do ano passado, não vai dar pra trocar de novo tão já, rsrs. O jeito vai ser não sair com os três ao mesmo tempo durante alguns meses, sei lá, rsrsrs. Bjs

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    3. Não deixa de ser uma boa ideia! Hahahaha! Quando saímos com os três deixa de ser passeio e vira AVENTURA!

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