terça-feira, 9 de abril de 2013

UÉ, MEU CORPO EMBURRECEU?!!

               Ah... o nosso corpo! Casa própria gratuita, a primeira morada dos meus filhos, lar das coisas que são só minhas. Meu meio de transporte, meu descanso, diversão, antro da dor e da emoção. Meu corpo! Foi emprestado três vezes para alojar as maiores riquezas da minha vida. E quando essa consignação é feita, estragos, deteriorizações e prejuízos também acabam fazendo parte do pacote. A cada gestação, uma proporção maior! O tempo e a idade colaboram para que a situação fique ainda mais complicada.

                Prestes a completar meu trigésimo primeiro aniversário, paro para pensar sobre o meu corpo. Decidi pensar usando pernas, braços, cintura, joelhos... e não só exercitar a cabeça. Foi uma surpresa enorme o que constatei.
                Quando criança sempre gostei de dançar. Nunca fui boa para os esportes, então passava horas com a sonata vermelha tocando os hits do momento, montando coreografias para serem apresentadas na garagem de casa. Fiz um tempinho de balé só que não foi pra frente (essas coisas não vão para frente em Monte Mor, minha cidade natal). Aí eu fiz um ano de jazz. Amava dançar, imitar a Xuxa, a Angélica, Mara Maravilha! Tudo bem que eu não era um “Carlinhos de Jesus”, mas eu dançava, ou seja, conseguia controlar os movimentos de braços e pernas no ritmo de uma música.
                Só que o tempo passa, o corpo vai ficando de lado, na cabeça só entram conteúdos escolares, preocupações com a vida profissional, será que vou casar, o que vai ser de mim. Foram anos de um corpo a serviço de uma vida parada e cerebral.

                Com a chegada dos filhos esse corpo foi tomando outra forma: sobra aqui para sentar, dói ali para abaixar, cansa lá para correr atrás e fica sem fôlego acolá para pular. Dá desgosto mexer no guarda roupa e ver aquela calça não passar das coxas... e pensar que eu a usava no ano passado! Não, não, não! É hora de dar um basta e pegar essa calça como meta de superação, colocá-la dependurada na parede do banheiro e experimentá-la todos os dias até entrar.
                Então, vamos alimentar direito esse corpo e “botar” pra mexer, chega de ficar chocando ovos! Decidi ir para a academia e usar os vinte dias de licença que restavam para entrar na calça jeans que está dependurada no banheiro.
                Fechar a boca é mais fácil, quero dizer, fechá-la para os bolos da padaria que fica atrás de casa, parar de comer chocolate, não abrir mais as latas de leite condensado etc. Abrir a boca para comer na hora certa a coisa certa. Tudo isso estou tirando de letra, mas...
                Cheguei na academia, alegria! Quer saber onde? Clique aqui! Só tem mulheres. Mulheres como eu, que querem dar uma qualidade de vida para o corpo, que também devem estar ansiosas para entrar numa calça jeans e que chegaram ao limite da insatisfação com tudo que sobra (agora sem sentar). Assim fica mais fácil e menos dolorido. Duro é chegar num lugar com um monte de poposudas durinhas, que carregam 100kg nos aparelhos.
                E vamos dançar! Oba, isso eu sei fazer, pelo menos. Tá, dois para a direita um para a esquerda. Legal! Olha como eu sei dançar. Agora coloca os braços pra cima, bate palma e dá um giro. Ops, peraí. Como? Caramba, não vai! Tenta outra vez! Dois, três, braço, roda, pula... Ah! Deu um nó!
                Que decepção... meu corpo emburreceu! Não consigo conciliar perna, braço, giro, ritmo... O que aconteceu? Não é como andar de bicicleta, que a gente nunca esquece? Parece que não. É uma coisa que a cabeça não consegue mandar, ou melhor, ela manda só que o corpo não faz. Simplesmente se enrosca, faz outra coisa e não obedece a vontade do meu pensamento. Acho que meu corpo se rebelou contra mim! “Quem mandou, me deixou largado às traças, parado, você nunca mais dançou!”.
 
                É...eu deixei de dançar. Mas não só deixei de dançar como parei de cantar, de tocar violão, de andar de bicicleta, de correr, de esconder, de rodar bambolê, pular corda. Meu corpo gostava de fazer essas coisas e me deixou na mão quando precisei dele outra vez. Por pouco tempo! Espere! Vou mostrar para ele que ainda somos parceiros, que fazemos parte de uma única pessoa, que sou ele e que ele “me é”! (Licença poética! Obrigada!).

2 comentários:

  1. ahahaha amei Livia você é um exemplo de superação parabens.Estamos muito orgulhosas de você aqui na Curves.Bjus

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  2. QUANDO É QUE VOCÊ VAI REUNIR ISSO NUM LIVRO DE CRÔNICAS ?
    VOU ADORAR COMPRAR, ESPALHAR E FAZER OUTROS AMAREM A SUA SENSIBILIDAE.
    SAUDADES ...

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