Se o Lucas pudesse falar, ele contaria essa história assim...
Eu estou acostumado a cair, ralar o meu joelho, bater com a cabeça na parede, tropeçar nas coisas pela casa. Caio até de sono! Também estou acostumado a ver meus amiguinhos caindo, chorando, curando os machucados - os tais “dodóis” - como os adultos falam. Mas sabe, ver a minha mãe caindo... Ah, isso é muito estranho. No começou pareceu um pouco assustador, mas depois, achei engraçado.
A história foi assim...
Estávamos chegando em casa. Já era noite. Minha mãe saiu do carro esbaforida (ela sempre anda desse jeito), entrou em casa e nos deixou presos em nossas cadeirinhas. É a função do meu pai tirar a gente do carro; minha mãe tira a bebê que é muito mais fácil. Eu e meu irmão sentamos láaaaaa atrás, praticamente no porta-malas.
Primeiro sai o João, ele é o mais velho e se solta sozinho do cinto de segurança. Eu, fico lá, esperando a boa vontade do meu pai em me tirar. A Heleninha, ainda presa, começou a chorar. Ela aprendeu comigo essa tática infalível: chorar e chorar! Mas tem que ser alto e sem parar. É assim que conseguimos as coisas em casa. Com esse tanto de criança disputando atenção, só botando a boca no mundo mesmo.
Meu irmão saiu segurando um copo cheio de brigadeiros que ele ganhou na festa de aniversário. Meu pai veio me tirar, oba, chegou a minha vez. Minha mãe saiu pela porta da sala e soltou um grito loooongo e grave: ahhhhhhhh! De repente, quando eu olho, ela estava estatelada no chão! Juro, não dava pra acreditar: minha mãe, de um metro e setenta de altura, jogada na frente da minha casa. Fiquei assustado e comecei a chorar. Pare para pensar: você já viu a sua mãe caída no chão? Cena terrível...
Notei que o João até derrubou os brigadeiros e ele correu, se agachou ao lado da minha mãe. Decidi fazer o mesmo. “Mãe, você está bem?” E ela só sabia dizer “Ai que dor, ai que dor na minha mão.” Meu pai ficou confuso e perdido, não sabia se tirava a Helena do carro - ela ainda estava chorando muito - ou se levantava a minha mãe. Ela disse nervosa: “Tire a menina do carro!”, meu pai fez isso e colocou a bebê deitada no estofado de cadeira. Nós continuamos ali, olhando para ela deitada, largada, imóvel... Minha mãe só conseguiu se mexer quando meu pai a ajudou.
Meu pai disse que esse é o melhor desenho dela caída. |
“Meu Deus, o que aconteceu? Como foi isso?”. “Eu me enrosquei na barra da calça e não consegui parar de cair. Eu até tentei pensar durante a queda, precisava arrumar meu corpo para cair bem... mas não deu! Olha os dedos da minha mão, estão todos machucados!”.
Tentei distraí-la com meus brinquedos e fazer uma graça, porém ela estava com uma cara de muita dor e colocou até gelo nos dedos. Meu irmão ficou bravo e disse pra minha mãe “Nunca mais use essa calça!”. Espero que ela não coloque mais mesmo, credo! Quase que ela vira “mãe de 3 com UMA mão só”!!!
PS: Tive que escrever essa história porque os dedos dela ainda doem. Assinado, Luquinhas!
Olá Livia,
ResponderExcluirNossa mãe de três com uma mão só é bem difícil, hein?! Eu tenho só um e mesmo com as duas mãos ainda tenho que fazer muito malabarismo...rsss.
Lívia, chorei de rir....
ResponderExcluirLivia, ameeeeeeei!
ResponderExcluirQue bom que estão gostando dos textos! Obrigada por acompanharem as nossas aventuras.
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